domingo, 16 de março de 2008

O Comício do Porto e o respeito pela reunião

É de facto extraordinária a noção de liberdade de expressão e manifestação que certos senhores e são quase sempre os mesmos de há trinta anos a esta parte, têm relativamente ao respeito de permitir que outras organizações, corporações, para o caso um partido, o PS, também têm de se reunir. Refiro-me objectivamente ao Comício agendado pelo Partido Socialista, para o dia 15 de Março, na cidade do Porto, onde esteve presente o secretário-geral e primeiro-ministro José Sócrates, para debater com o partido a acção política e de Governo exercida nos últimos três anos.
Alguns analistas encarregaram-se logo de propagandear que se tratava de uma contra-manifestação socialista à manifestação dos professores ocorrida no passado dia 8 de Março, esquecendo-se que é normal em democracia que se reúnam pessoas e que para o caso trata-se evidentemente de assinalar a marca de três anos de governação política, caso raro nos últimos anos em Portugal. O que eu ainda não ouvi da boca dos quase sempre expeditos comentadores foi uma palavra, uma crítica para a única contra-manifestação agendada, a dos senhores professores, que está agendada para o mesmo dia, hora e local onde se vão reunir democraticamente os militantes socialistas.
Estes comportamentos são arrivistas e perigosos e merecem ser denunciados publicamente, merecem igualmente a nossa mais veemente crítica porque atentam contra a liberdade de reunião. Estes senhores não entendem que outros podem e pensam de forma diferente e que esta pequena singularidade faz a diferença entre um regime democrático e outros regimes.
Se isto se passasse de forma contrária não faltariam juízes e sentenças a declararem a intolerância democrática…um filme já visto e revisto.

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