quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Menino Guerreiro quer de volta o Poleiro

A candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa (CML) significa inevitavelmente um regresso deste ao local do desastre, a um passado que nos traz recordações do pior período vivido pelos lisboetas no pós 25 de Abril, caos, polémicas, escândalos, cartazes e campanhas cheias de custos mas vazias de obra ou conteúdo. Servem de contraponto a estas tristes lembranças o elevado progresso introduzido pelo Partido Socialista (PS) nos mandatos do dr. Jorge Sampaio e do dr. João Soares, que implementaram em Lisboa projectos estruturantes a diferentes níveis, como é o caso da total erradicação das barracas, da Lisboa capital europeia da Cultura, da CRIL, do túnel da Av. João XXI, entre tantos e muito bons exemplos que revitalizaram e deram dignidade à capital...Os seis anos de consulado do Partido Social Democrata (PSD) na CML, primeiro com Santana Lopes e depois com Carmona Rodrigues, ambos com passagens por Governos de funesta memória, resultaram num gigantesco buraco orçamental, numa ausência de obra, numa cidade parada, sem rumo e plantada de tapumes que cobriam vergonhas sem destino.O descrédito total da autarquia e dos seus serviços, perante eleitores, funcionários e credores, a presença constante do nome da autarquia nas capas dos jornais pelas piores razões e sob suspeita de inúmeros actos ilícitos precipitaram a realização de eleições intercalares em 2007.Com a equipa de Santana Lopes o PSD conseguiu um feito inaudito, tornar o dia-a-dia da autarquia numa telenovela constante, alternando apenas o argumento consoante os ventos das investigações, inquéritos e deslocações ao DIAP.No imaginário dos lisboetas, caberia por hipótese qualquer candidato do PSD que não Pedro Santana Lopes, por razões óbvias, mas até no PSD se assistem a graves cisões que têm por base esta escolha (Morais Sarmento, Paula Teixeira da Cruz e Pacheco Pereira) são apenas a face maior dos protestos internos. Mas apesar de tudo ele aí está, o Menino Guerreiro quer de volta o Poleiro! Em contraponto com esta “bagunçada” laranja encontra-se a gestão coerente de António Costa, que vê traduzido o ano de 2008 em quatro importantes marcas, que passaram por:
1. Colocar as contas em dia, através do pagamento da quase totalidade das dívidas da autarquia aos fornecedores “mesmo sem o empréstimo ter sido autorizado pelo Tribunal de Contas”, da redução da despesa em mais de 30%, da integração de quase mil funcionários a recibos verdes e da reestruturação do sector empresarial municipal;
2. Definir regras claras para a gestão municipal, através de regulamentação e definição de procedimentos;
3. Introduzir rigor na gestão urbanística, através do uso de instrumentos de planeamento, medidas preventivas e concursos públicos para determinados projectos como o Parque Mayer e Jardim Botânico;
4. Colocar a CML funcionar, o que permitiu que se concluíssem obras paradas por falta de pagamento, (como é o caso do miradouro do jardim de São Pedro de Alcântara) desbloquearam-se 1800 processos de licenciamento e reconquistou a gestão de zonas que não eram competência da CML, como a Frente Ribeirinha, a localização do novo IPO na Belavista e a Tapada das Necessidades.
O ano de 2008 representou por, oposição aos anos anteriores, o “arrumar da casa” que possibilitará acelerar as reformas e projectos de que a cidade tanto precisa em 2009, um ano que se quer de viragem e de relançamento do investimento, mas sobretudo de consolidação do futuro da Autarquia. Para já sabe-se que este novo ano será abordado por António Costa com três grandes prioridades: investimento na reabilitação do edificado, pela intervenção no espaço público e pela intervenção no muito degradado parque escolar. Excelentes escolhas, boas apostas.De uma coisa estão os lisboetas certos, em 2009 apresentam-se a eleições a credibilidade e capacidade de António Costa e a inconstância sem arte nem engenho, populista e disfuncional de Santana Lopes. Desta feita, em quem votará Manuela Ferreira Leite?

Publicado no Portal Lisboa

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